Postado em 22 de março de 2018
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A Demência fronto-temporal caracteriza-se por alterações neurodegenerativas nos Lobos Frontal e Temporal. Tem início normalmente entre 50 e 60 anos de idade, com alterações iniciais progressivas no caráter e no comportamento social. Os sintomas iniciais podem afetar o comportamento e, algumas vezes, a linguagem.

Os problemas de linguagem ocorrem frequentemente no início da doença e podem variar de um discurso limitado à total perda da linguagem. Outros sintomas comuns são repetir as frases inúmeras vezes ou ecoar aquilo que os outros dizem, a ecolalia.

A intervenção da Terapia Ocupacional se dá nos três níveis estabelecidos pela CIF: função/estrutura, nas habilidades ou na atividade/participação.

Sintomas cognitivos geralmente aparecem depois, são eles: comprometimento da linguagem (empobrecimento do vocabulário e da fala, falta de fluência, estereotipias), déficits de memória, alteração nas funções executivas (planejamento e execução) e processamento mental lento.

A Terapia Ocupacional se utiliza de técnicas como treinamento cognitivo e multi estimulações, que serão selecionados e aplicados a partir dos interesses e preferências do paciente, o que promove mais comprometimento e adesão ao tratamento.

Para manutenção da capacidade funcional, treino de AVDs e tecnologias assistivas são indicados pela TO.

Sintomas comportamentais também são trabalhados: desinibição social, riso fácil, impulsividade, estereotipias, diminuição da responsabilidade e do comprometimento. Esses aspectos são abordados por meio de técnicas e estratégias para gerenciar diversas situações e comportamentos.

Orientações da terapia ocupacional para o manejo dos sintomas:

  • O terapeuta deve informar e orientar familiares e cuidadores;
  • Propiciar ambientes estáveis, que gerem confiança e segurança, que sejam familiares para evitar situações de estresse e medo de frustração;
  • Evite confrontar o paciente. Discussões não são resolutivas;
  • Evite usar repetidamente termos como “Lembra?” e “Esqueceu?” pois podem gerar ansiedade e desencadear crises;
  • Estabelecer canais de comunicação facilitados. Expresse-se através de mensagens concretas, claras e simples. Evite analogias e linguagem figurada;
  • Descubram outros canais de comunicação, como o contato corporal ou visual;
  • Organize as rotinas diárias de forma que sejam constantes e que equilibrem as atividades com o descanso. Tabelas e planilhas de fácil compreensão são boas opções;
  • Simplifique as atividades, divida a atividade em etapas. Isso facilita a compreensão e diminui a ansiedade. O importante é continuar ativo e com autonomia.

Tenha sempre em mente que os sintomas têm como base o perfil comportamental e a personalidade prévios da pessoa que sofre da doença. O objetivo principal da Terapia Ocupacional é: manter o desempenho ocupacional com máximo de função, independência e autonomia, desde que em segurança, conservar a execução das atividades que compõem a rotina ocupacional da pessoa afetada e minimizar o impacto que os sintomas da doença causam no desempenho ocupacional do paciente.

Todos os direitos autorais estão reservados
Drª Andressa Chodur crefito 8956

Referências
alzheimerportugal.org/pt/text-0-9-39-36-demencias-frontotemporais
plenaidentidad.com/terapia-ocupacional-enfermedad-de-p

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