Postado em 6 de março de 2017
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Utilizar jogos como forma de tratamento é o que chamamos de unir o útil ao agradável. Pois, além de serem atividades divertidas e prazerosas, também estimulam a memória e todas as outras chamadas “funções cognitivas”. A cognição é o processo de aquisição de conhecimento através da atenção, percepção, memória, raciocínio, linguagem, juízo crítico, criatividade, resolução de problemas e associação. De forma mais simples pode-se dizer que a cognição é a forma como o cérebro percebe, processa, aprende, lembra e pensa sobre toda informação captada através dos cinco sentidos. A cognição é fundamental para levar uma vida ativa. É um processo necessário para a interação com as outras pessoas e com o meio em que se vive. E os jogos podem ajudar a melhorar todas essas habilidades. O paciente está se exercitando e nem percebe, pois se diverte ao mesmo tempo.
Após avaliar o paciente, o terapeuta prescreve jogos de acordo com suas principais necessidades. Com idosos os jogos são utilizados principalmente para: memorização, melhorar a atenção, concentração, manter foco e ritmo, estimular a iniciativa, continuidade, sequenciamento, interação social, facilitar a linguagem e comunicação, aprimorar a organização, resolução de problemas e tomada de decisão.
Os jogos são muito utilizados como recurso na prática da terapia ocupacional gerontológica, pois além de estimularem as habilidades intelectuais, também trazem melhora de movimentos, especialmente das mãos e dedos. Ao segurar e movimentar peças de dominó, de tabuleiro ou cartas de baralho são exigidos movimentos muito precisos e controlados. O jogo pode ser um divertido exercício para quem tem dificuldade de força, coordenação ou de sensibilidade nos dedos.
Por fim, os jogos propiciam importante interação social. É possível resgatar sensações prazerosas vividas na infância, fazer novas amizades e fortalecer vínculos, diminuir o sentimento de solidão e até melhorar sintomas depressivos.


Elaboração
Drª Andressa Chodur crefito8- 8956
Estagiárias de Terapia Ocupacional (UFPR): Andressa Knetsiki Bednarski e Jéssica Fiais de Mello

Referências
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